domingo, 29 de julho de 2012

Nem sempre, sem fim


Eu discordo dessa história de que só é amor se for pra sempre. Digo, o sentimento pode até viver pra sempre, ali quietinho em algum canto do peito. Mas histórias começam e terminam e não é justo dizer que não houve amor. Não é justo achar que elas não deram certo ou que era a pessoa errada. O amor da sua vida, nem sempre é o cara que você casa e forma uma família. Pessoas se perdem, pessoas se encontram, é natural. Eu acredito em amor com alguns poucos meses de relacionamento. Amores mais bonitos do que alguns de anos, amores de outras vidas, escorrendo pelos poros. Sem esse papo de que tudo recente é paixão e amor é rotina. Paixão é carne, amor é alma, independente do tempo. Odeio quem teima em rotular o que o outro tá sentindo, mal sabe o que é quem tem no peito. Tudo que nos faz feliz, dá certo, mesmo que por uma semana, um mês. Tudo faz crescer, deixa o jardim mais bonito no fim das contas. E quem é essa tal de pessoa certa, afinal? Ninguém é errado, somos todos vítimas de desencontros. Seu certo não me agrada e vice-versa. Mania feia de jogar tantos dias incríveis no lixo, depois que a mágoa chega. Te fez chorar, mas te fez sorrir tanto, foi bom enquanto durou, foi certo e só, foi. Só passou e isso não quer dizer nada. Mania chata de relacionar amor com contos de fadas e o maldito feliz pra sempre. Amor se relaciona com feliz, sem complemento, sem prazo. Nem sempre, sem fim.                                                              -Marcela Fernanda

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Eu sou brasileira, ok?


Eu tenho que admitir minha paixão por dois países. Um, quem me conhece tá cansado de saber, é os Estados Unidos da América. O outro e não menos importante, é o país em que nasci. Eu amo os Estados Unidos porque foi o primeiro país que tive oportunidade de conhecer. Que me senti fascinada ao saber que haviam coisas bem diferentes da nossa realidade, mundo a fora. Eu amo os Estados Unidos porque lá as coisas acontecem. É um país que muita gente acha que não tem cultura, que não sofreu, que só porque foi dominado por colônia rica, nasceu rico. Que não teve escravos e nem sofrimento. Que a história americana é uma mentira e que o capitalismo domina a maior potência do mundo. Tudo bem, algumas coisas eu posso concordar quando bem argumentadas, mas deixa eu contar porque eu nunca vou deixar de amar os Estados Unidos. Eu nunca vou deixar de amar os Estados Unidos, porque assim como qualquer outro intercambista que viveu as experiências que eu tive a oportunidade de viver, adota aquele país como seu segundo lar. Não é porque o país é melhor e mais rico e mais avançado (apesar de ser meia verdade). É pelo simples fato de eu ter sido bem acolhida fora de casa. É também pelas pessoas. Os mal informados tem mania de dizer que americano é frio. Pro seu governo, em todo lugar do mundo existe gente fria e sem graça. Você deve ter ido a lugares errados, porque eu não conheci ninguém assim. Lá não tem lixo jogado na rua, as leis são respeitadas e postas a rigor e a educação é levada um pouco mais a sério pelos governantes. As pessoas também se divertem, também trabalham, também vivem. Mas lá também tem violência, também tem louco matando gente em escolas, também tem drogas e muita pobreza. Muita gente me pergunta se eu moraria lá. Se é isso que você quer saber, sim. Eu moraria lá. Mas eu não moraria só lá. Eu moraria na Inglaterra, na Austrália, no Japão, na Alemanha, na França, na Itália. Porque eu sou brasileira, mas não tenho obrigação de ficar aqui pelo resto da minha vida. Eu tenho livre-arbítrio para ir aonde eu quiser. Como boa exploradora que sou, não pretendo realmente viver presa a um só lugar. Quem me conhece, também sabe disso. Agora deixa eu dizer porque eu comecei falando dos Estados Unidos. Porque o final é sempre a melhor parte. Tá na hora de falar do Brasil. Eu amo o Brasil porque quando eu chego em outros lugares do mundo e as pessoas perguntam de onde eu venho, eu sinto orgulho de dizer a frase "eu sou brasileira" e de ser respeitada por isso. Eu amo o Brasil por ter lutado e conseguido alcançar muito de seus ideais durante sua história. Por ter vencido a ditadura militar. Por ser reconhecido mundialmente como o país do futebol. O país de Pelé, Kaká, Ronaldo, Marta e Robinho. De Guga, Giba, Ciello e Anderson. Eu amo o Brasil pelo verde, amarelo e azul da bandeira. Pelo hino nacional e também pelas pessoas. Pelas praias e o clima. Pela democracia e liberdade de expressão. Eu amo o Brasil pelos meus pais e pela minha família. Pelos meus amigos que aqui vivem. Pela pessoa que sou e por todos os valores que me foram ensinados dentro deste país. Ser brasileiro não é ser melhor que americano, ou coreano, ou africano ou do que ninguém. Ser brasileiro é só se sentir parte dessa nação tão grandiosamente linda. Que apesar dos milhares (enfatizando, não são poucos) problemas que ainda precisamos enfrentar, é não desistir. É correr às ruas e gritar o hino com orgulho. É ter esperanças por um futuro melhor. Ser brasileiro é ser diferente também. É não ter um biotipo de gente. É ser essa mistura tão doida e característica do nosso país. É ficar indignado com falcatrua de político. É chorar por um jogo de futebol. (É também torcer para que o Anderson Silva acabe com o babaca do Chael Sonnen). Ser brasileiro não é necessariamente gostar de tudo o que o Brasil tem e faz. Basta se orgulhar. E se sentir ofendido quando não respeitam o nosso país. Escrevi isso tudo pra deixar bem claro: Eu sou brasileira mesmo, eu amo os Estados Unidos mesmo e eu nunca vou ter vergonha de falar essas duas coisas pra ninguém.