quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Namoro

''Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". No entanto, passado o efeito do whisky com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo, e nele, os ingredientes vão além do descompromisso como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se a outra estiver beijando outro, etc, etc, etc. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ela, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter "alguém para amar". Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento."                          -Arnaldo Jabor

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Cor-ação

Não tenho dúvidas: atitude é tudo. Essa história de que, se for pra acontecer, vai acontecer, já era. Minha avó dizia isso. Mas, sinceramente, sabe o que eu penso? Se for pra acontecer, vá lá e faça acontecer. Corra contra o tempo, contra o vento, mas tente. Seja cuidadoso e, se der errado, tudo bem. Vai por mim: um passado cheio de tentativas ainda é melhor do que um passado cheio de pendências. É a vida.
Sentir é fácil demais. Qualquer um pode. Amar é que precisa de disposição, dedicação e aceitação. Todo santo dia. Sentir todo mundo sente. Já o amor, esse é só pra quem é corajoso e não tem medo do que pode acontecer depois. Para aquelas pessoas que realmente vivem de dentro pra fora e não dão a mínima para o que vão pensar ou dizer. Entende? É um risco que, quando a gente corre, tudo acontece. Até ser feliz.
E essa tal felicidade acontece em um lugarzinho onde pouquíssimas pessoas conseguem alcançar. Lá, como a gente dizia na primeira série, bem no fundo do nosso coração. Essa realização tem um pouquinho a ver com encontrar ou ser alguém que faça aquelas coisas complicadas terem um pouco mais de sentido, ou sei lá, não importarem tanto quanto antes. De ser, quando se está por perto, aquela pessoa que a gente só consegue ser quando está todo mundo muito longe.
Precisamos entender de uma vez por todas, que nossos sentimentos não dão a mínima para o relógio. Eles simplesmente ignoram o tempo, indo e vindo quando chega a hora certa pra tudo acontecer. Mas nem sempre essa hora parece de cara a melhor, né? Eu sei como é. Já demorei séculos para perceber que o destino estava na verdade, conspirando ao meu favor. Estava deixando espaço para quem realmente merecia a minha atenção. Mas isso a gente aprende devagar. Ou não aprende nunca.
Existe sempre aquele cara que consegue te entender sem esforço, sem reforço. Aquele que sem grandes presentes ou promessas, toda noite antes de dormir, te faz pensar em cada (talvez possível) momento feliz. É raro. Ás vezes, caro. Mas do que vale todo o tempo e sucesso do mundo se a única pessoa com quem você gostaria de compartilhar esse sentimento nem se importa mais? Aprenda a valorizar pessoas especiais. Principalmente aquelas que fazem você se sentir especial. Enquanto isso continuar acontecendo ai dentro, ainda não será tarde demais.
O recado de hoje é esse. Chega logo dessa coisa de deixar pra depois. As borboletas vão entrar em extinção se a gente continuar cultivando jardins artificiais. Aprendi bem cedo na escola que flores de verdade estragam com o tempo e as estações mudam quatro vezes por ano. Por que tô dizendo isso? É que não adianta só saber o que quer.
Fora dos nossos filmes e seriados prediletos, na vida real, se queremos muito alguma coisa ou alguém, temos mesmo é que correr atrás e fazer acontecer. Quando tentamos, deixamos bem claro para o destino o que esperamos que ele faça lá na frente. Ou quem sabe, com sorte e um cupido bonzinho, agora.
  -Bruna Vieira (Depois dos Quinze)