sexta-feira, 27 de abril de 2012

O que intercambistas fazem


Intercambistas, primeiramente, são corajosos. Corajosos porque conseguiram tirar forças da curiosidade, para deixarem seu próprio país. A gente tem sede de aventura. A maioria se vicia. Viciados na melhor droga de todas: viajar. Depois que começa, não acaba mais. É uma viagem após a outra, ou pelo menos, um plano após o outro. Avião chega a ser prazeroso de entrar. E a gente fica empolgado até com demonstração de segurança dos comissários de bordo. Como se cada viagem fosse mais uma porta se abrindo, um sonho realizado. E nos primeiros meses a empolgação é tanta, que o dinheiro não dura metade do que devia. Tudo de inútil parece que vai ser usado um dia. Conhecemos pessoas novas, de um lugar completamente diferente do seu ambiente, com costumes diferentes, e esses são só mais motivos de felicidade. Coisas estranhas acontecem. O facebook de repente, ganha mais que apenas 5 atualizações. E você não poderia ficar mais contente sabendo que deixou saudades em casa. Saudade de casa. Da mamãe, do papai, irmãos, avós, cachorros e papagaios. Saudade da comida brasileira, meu deus. Do arroz e do feijão. Do churrasco, não do "barbecue". Da comida sem gordura e conservantes. Que quando chegamos em casa muda para: saudade dos hamburguers, kit kats e cookies. E a gente se sente caixeiro viajante. Conhece aqueles lugares que só aparecem em filmes. Tiramos um milhão de fotos para no final, 2 ou 3 servirem. Intercambista tem na cabeça que pode fazer tudo sem que ninguém o julgue para o resto da vida, ou o condene. E sabe de uma coisa? Essa é a melhor parte. A parte que todos nós gostaríamos de viver diariamente, em casa ou não. E a gente é obrigado a lavar louça, lavar roupa, pegar ônibus e a economizar. Mas a principal das coisas que intercambistas fazem, não chega nem aos pés de todas as que eu citei. Intercambista não sabe viver sem as lembranças. Nunca esquece sua viagem, seus amigos e suas histórias. Vive numa profunda e natural nostalgia, a famosa vontade de voltar no tempo e fazer tudo outra vez exatamente como foi. E possa passar o tempo que for, vamos continuar chorando de saudade a cada foto que vermos, vamos continuar falando pra TV "Já estive aí, olha!" e sempre vamos contar coisas do tipo "Quando eu estava no lugar tal...". É uma saudade da liberdade. Quem já foi, sabe. Quem não foi, seja. Quem quer ser, lute. Quem não quer, é uma pena. Foi simplesmente a melhor experiência da minha vida até agora. 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O que ganhei com o tempo que perdi


Amor, ou você encontra ou você é contra. Costuma ser assim. Principalmente naquele momento em que o amor parece uma bela promessa, mas seus amores insistem em contradizer esperanças. O telefone não toca, suas mensagens a paixões iniciais são respondidas com um “Quem é?” e quando você liga uma gravação informa “A pessoa que você ama não te ama ou não existe”. O sono não chega e não é o cansaço que te incomoda, mas a perda da única chance de ter quem você ama ao seu lado, sonhando. Você resolve seguir em frente, mas todas as pessoas rumam para o mesmo destino, logo aquele que você já sabe que não é o seu. Você pensa em se fazer sempre presente, mas assim as pessoas se cansam de você. Você considera ficar mais distante para notarem sua ausência. Mas se alguém não acha que há valor em te ter por que se importaria em te perder? O que você descobre o real valor quando perde é dinheiro, não amores. Quem não valoriza sua presença não se importa com a sua ausência (ainda que você se importe). Caso você se apaixone, você é carente. Caso você não se envolva, você é um canalha. Se transar de cara, você é promíscuo e alguém que não vale a pena investir. Se não transar na primeira vez, você é puritano, frio, chato. O que, então, as pessoas querem afinal? O que nós queremos, então? Se tanta gente diz que busca alguém, mas ninguém presta, não era para um dia esses que prestam e buscam quem preste se encontrarem? Com quem estamos perdendo tempo para não vermos quem vai fazer a  gente ganhar o dia todos os dias? Eu não sei. Mas sei o que ganhei com o tempo que perdi. Das mensagens sem resposta, ficou a coragem de dizer o que eu sentia. Do desprezo que me ofereceram ficou não a dor por existirem pessoas cruéis, mas o esforço por nunca ser igual. Do valor que não me deram, ficou a certeza de que devo oferecer o melhor ainda que não mereçam. Das desilusões, ficou a vontade de um dia oferecer sonhos a alguém. Das vezes que não deu certo, ficou a vontade de tentar. Dos amores não correspondidos, ficou a capacidade de amar. E em meio a isso tudo o que mantenho é a esperança. Esperança e certeza de que vou ter que continuar tentando, é o que ganhei com o tempo que perdi, vivendo de amores que morreram, esperando quem nunca esteve a caminho. Anote aí: amar, ainda não inventaram outro jeito, a não ser tentar. Amor, ou você encontra ou você se reencontra (e se reconstrói). -Ruleandson do Carmo

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Amor não se encontra em farmácia



Apenas três caras, até o hoje, teriam chances de me levar para o altar. Caio F. Abreu, Renato Russo e Cazuza. Mas dos três, sou mais o Cazuza, pois, além de lindo, nós dois queremos a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida. “Amor tranquilo”, você ainda sabe o que é isso? As histórias de amor que ando lendo por aí andam avassaladoras demais, radicais demais, pra que levar tudo a ferro e fogo? Tudo ou nada não está com nada, minha gente! Não é assim que deve ser. Essa coisa que vem do nada e te faz se descabelar se chama paixão ou cólica, mas amor não é. Amor é bem mais tímido e pacifico que isso, ele vem de pouco a pouco. Amor é para ser conquistado. Ele está nas conversar durante uma tarde de domingo, durante uma gargalhada que te faz perder o ar, ele está na frase “nossa, eu também, acredita?!” ou nos olhos fechados durante um abraço. O amor não é psicologo para aparecer quando está tudo desmoronando e te dar respostas, o amor é um prêmio por ter descoberto tudo enquanto vivia e deixava viver. Ou por não ter descoberto e não se culpar por isso. O amor aparece pra quem enxerga e não pra quem olha, pra quem suspira ou perde o ar, não pra quem respira. Mas só aparece quando você não olhando. Se você ficar com um binoculo e uma placa luminosa escrita “procuro um amor” ele vai sair correndo. E vai correr calado que é pra você não ter tempo de fazê-lo ficar. Fuga silenciosa é a pior e a mais eficaz, e ele sabe disso. Amor é aquela ligação absolutamente inesperada numa quarta-feira a tarde, é aquela despreocupação de parecer besta. Não trate o amor como um remédio tarja preta, pois a cor dele é vermelho, ou cor de rosa, ou a cor que lhe convém. O amor não é remédio para tomar como cura, não, não não! Não se encontra amor em farmácia. O tempo é remédio, amor é semblante de paz e felicidade. Amor é quando você ouve Detonautas ou Maria Gadú e não sofre, porque seu coração está bonito e feliz. É quando você é capaz de ficar consigo mesmo sem se sentir a pessoa mais solitária do mundo, porque amor próprio e primeiro amor que se deve ter. Quer um amor? Então tenha amor próprio, amor pela vida, amor pelas pessoas, amor pelos momentos, pela essência, amor por tudo que é pequeno, o resto flui. A verdade é que quando você estiver amando você será o ultimo a saber, e essa é a magia do amor, ser tranquilo, com sabor de fruta mordida, tenha isso e terá todo o amor que houver nessa vida.     -Bruna Vieira

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Ridículas manias


As pessoas tem mania de rebaixar as outras e as outras tem mania de acreditar. Sempre vai ter alguém pra dizer que você está fazendo as coisas de uma forma errada, ou que não vai conseguir. E sempre vai ter um bobo que acaba acreditando nessas besteiras. A opinião alheia é capaz de iludir e destruir um objetivo, um sonho. Isso porque para nós, não basta apenas acreditarmos em si próprios, precisamos ser acreditados. Mas e quando não há gente para acreditar na gente? Ou quem mais precisamos que esteja ali simplesmente desaparece? Sentimos vontade de perder a vontade, não há mais sentido em nada, o chão tá caindo, o teto desabando e o drama aumentando. E então você chora sozinho no quarto escutando aquelas músicas depressivas, esperando um milagre cair do céu. Você perde a fé nos progressos que estava tendo e esquece de que o que havia conquistado, não teve ajuda nem crença de ninguém. As pessoas tem mania de esquecer de si mesmas para ficar lembrando da vida dos outros. Tem mania de achar que não conseguem ir longe sozinhas. E tem mania de ignorar quem realmente acreditou um dia nelas, para dar valor a quem nunca moveu um dedo por elas.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Um dia de cada


"Sorria, brinque, chore, beije, morra de amor, sinta, sonhe, grite e, acima de tudo, viva. O fim nem sempre é o final. A vida nem sempre é real. O passado nem sempre passou. O presente nem sempre ficou e o hoje nem sempre é agora. Tudo o que vai, volta. E se voltar é porque é feito de amor."